Punta Tombo chega a recebem um milhão de pinguins por temporada A cidade de Trelew é a entrada para o universo da Patagônia argentina do lado leste do Estado de Chubut. Nela chegam os voos de Buenos Aires. Nada de geleiras nessa área, as estrelas por ali são os animais, incluindo os pinguins. A 107 quilômetros de Trelew fica Punta Tombo, a colônia de pinguins-de-magalhães mais importante do mundo. A região mais conhecida dessa área de Chubut é a Península Valdés, com Puerto Madryn como principal cidade, e também rica em pinguins, baleias, lobos-marinhos, entre outros animais. Porém, separada por quase 200 quilômetros da Península Valdés, Punta Tombo chega a concentrar um milhão de pinguins-de-magalhães por temporada. Mapa de Punta Tombo Nem só pinguins habitam Punta Tombo Fique atento! Punta Tombo está a 107 quilômetros de Trelew Quando ir Os pinguins-de-magalhães não ficam em Punta Tombo ou na região o ano inteiro. Aqueles que estão em idade reprodutiva chegam em setembro. Sabe de onde eles saem? Do litoral brasileiro, precisamente do Rio de Janeiro. Eles vão em busca de águas mais frias na Patagônia. Uma vez em Punta Tombo, os pinguins machos começam a disputar espaço para os ninhos e fêmeas. Fazem buracos na terra para proteger os ovos do frio. Acasalam e cada casal gera dois ovos. Machos e fêmeas têm uma pequena abertura na barriga para encaixar os ovos e esquentá-los. Quem visita Punta Tombo em outubro pode ver os pinguins nos ninhos tomando conta dos ovos. Na segunda quinzena de novembro nascem os filhotes e a colônia aumenta. Em janeiro chegam os pinguins jovens que nasceram no local, mas ainda não estão em idade reprodutiva. Esses animais sempre voltam para onde nasceram quando precisam trocar a penugem ou acasalar. No caso dos jovens, eles só trocam as penas. É a partir de janeiro, com todos reunidos, que Punta Tombo chega a ter um milhão de pinguins. Até abri todos deixam a colônia. Os pinguins estão em Punta Tombo de setembro a abril A visita Na entrada de Punta Tombo é cobrado o ingressos de 100 pesos argentinos para adultos estrangeiros. Algo em torno de 10 dólares. Crianças de seis a 11 anos pagam metade desse valor. Após o ingresso, há o Centro de Interpretação construído há poucos anos. Nele é possível entender a formação geológica da região e sobre a vida dos principais animais que vivem por ali ou passam parte do ano por lá. Início da “pinguinera” como dizem os argentinos O primeiro pinguim que fotografei Para quem quiser almoçar, há um restaurante ao lado da entrada. Tem, ainda, banheiros. Saindo dessa área, é hora de ir para a trilha que leva aos pinguins. São apenas 3,5 quilômetros que termina no mar. A trilha é extremamente tranquila, asfaltada e cercada por pinguins. Quando comecei a caminhar por ela, me surpreendia com um ou outro pingüim parado em seu ninho. Fui em outubro, quando os casais ficam a maior parte do tempo cuidando de seus ovinhos, por isso estavam sempre perto dos ninhos. Vez ou outra, um pingüim atravessava a trilha com seus passinhos calmos. Quanto mais andava em direção ao mar, maior a quantidade de pinguins. As gaivotas também ficam entre eles, são bem perigosas para os ovos. Ao avistar o mar, vejo também pinguins mergulhando, reunidos, foi lindo. Não conseguia parar de tirar fotos. Casal de pinguins passeia por Punta Tombo As gaivotas ficam em busca dos ovos dos pinguins Os pinguins andam entre os visitantes, mas não podemos ultrapassar o caminho das pedras brancas Na volta da trilha já estava menos afoita, então, olha para um lado e vejo um casal de pinguins bem no meio do ato reprodutivo. Não resisti e tirei milhares de fotos. Saí com a sensação de que vi tudo que tinha para ver em Punta Tombo nessa época do ano, não faltou nenhum detalhe mesmo. Os pinguins também amam! Serviço Punta Tombo Como chegar fui com a guia Carina Saenz. Ela leva turistas em seu próprio carro ou organiza excursões, o e-mail dela é Fiz outras excursões na região com a empresa Argentina Vision – Não tem como ir de transporte público. Uma boa dica é alugar um carro. Quer saber mais sobre a Patagônia? Clique aqui Sylvia Barreto *Viajei a convite do Ministério de Turismo de Chubut